O problema do autismo não esta dentro da sua casa, nem no portador
Quando recebi o diagnóstico do meu filho, fiquei abalado, não acredito que não há quem não fique. No meu caso os primeiros pensamentos foram “será que meu filho será discriminado por isso?” “será que vão aceitar ele na escola?” “será que ele poderá estudar?” “se algo acontecer comigo e minha esposa, quem vai cuidar dele?”... bom é uma infinidade de dúvidas.
E aí como todos os pais, ou a maioria deles, começamos a buscar o que pode facilitar o dia a dia do nosso filho, quais os tratamentos, médicos, medicação (visto que alguns fazem uso), queremos tudo, e tudo ao mesmo tempo, para que seja o mais fácil possível a vida do nosso filho e que ele não sofra qualquer discriminação, qualquer tratamento diferente das crianças da idade dele.
Mas aos poucos vamos percebendo que não é “enchendo” nosso filho de informação que isso tornará o dia a dia mais fácil ou que vai “melhorar ele”. Então entendemos que o autismo é uma condição, não há cura, cada autista é diferente do outro, como todos nós.
Percebemos que nosso filho tem o tempo dele, que as terapias são primordiais e que ele lida melhor do que nós, porque não percebe quando é tratado de forma diferente (ainda não aconteceu com a gente), mas eles não percebem, porque tem um coração melhor que os da maioria das pessoas.
Descobrimos que ele pode e deve ir pra escola, descobrimos que as outras crianças não fazem distinção dele ou de outro amiguinho, muitos aliás querem brincar com ele e se colocam no papel de “cuidar do coleguinha” que não está entendo a brincadeira.
Descobrimos que muitos outros pais também passam por essa sensação e compartilham experiências, sejam elas exitosas ou falhas, mas que sempre fortalecem uns aos outros.
Nos deparamos com pessoas que não sabem lidar com o autismo, seja por desinformação, seja por ignorância e é aí que a barreira é maior, porque lidar com seu filho em casa é fácil, porque acima de qualquer coisa, você o ama, e vai entender quando ele não demonstra tanto carinho ou entender que ele não entende bem as palavras. Há não posso deixar de falar que o “falar” pro autista é um aprendizado lento, que em alguns casos não há fala (autista não verbal).
Mas lidar com as pessoas que não conhecem as questões do autismo, o lidar, as leis, as limitações, sejam elas em virtude de ruídos, texturas, alimentação, ...é mais difícil.
Não que as pessoas têm obrigação de saber, mas você já está tão cansado, que as vezes não quer nem explicar, eu passei por isso, então é aí que devemos trabalhar mais, conscientizar as pessoas, mostrar que o autismo é complicado é, mas não é impossível de lidar.
O problema do autismo não esta dentro da sua casa, nem no portador, mas esta lá fora, cabe a cada um de nós falar do assunto para que as pessoas tenham mais consciência, ou pelo menos conhecimento.
Belo texto, Luiz Henrique! Trazendo informação através da sua experiência !
Lindo de
Que lindo ❤️